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terça-feira, 6 de julho de 2010

Amor e Solidão

Sou um incorrigível romântico. Besta mesmo. Um idiota!

Do tipo ridículo e patético de escrever dezenas de músicas e centenas de poesias: todas sem êxito algum. Talvez eu seja um poeta ruim. As dúvidas são inúmeras. Talvez eu superestime a beleza feminina demais: os contornos dos olhos, da boca, das mãos, as curvas do corpo, mas o sorriso... É a maior das obras primas do criador.

Embora eu me veja cercado de amigos pelo fruto das minhas idéias, meu coração se sente abandonado, lançado ao acaso e solitário. Sendo assim, é comum e perfeitamente natural que eu oscile entre estados de euforia e tristeza. As vezes, sentir-se só constitui um bem tão profundo à alma que obsessivamente se torna um vício: do costume de jamais se deixar esvanecer pela vida, de estar em permanente procura de identidade, de sentido. Nesse ponto, a grande beatitude que nos proporciona a solidão é exatamente identidade. A vida em sociedade nos exige sempre que abdiquemos de alguma parte importante de nós, até que enfim não reste absolutamente mais nada. Um outro emerge dessa casca apodrecida e a domina. O grande benefício que reside na solidão é a luta. Quem não abdica de si mesmo jamais se deixará dominar por força alguma. É por isso que todo aquele que escolheu a solidão comumente se torna tão reflexivo e crítico, o que alguns definiriam como distraído e rabugento. É esse o sentido tão profundo contido no mistério do celibato.

Entretanto, de excesso de solidão o corpo também reclama. Isso porque corpos não se dão muito bem com a solidão de certas almas. Uma outra luta começa, e às vezes sinto que não tenho forças suficientes que me permitam vencer, e de fato eu não venço. Uma profunda tristeza e melancolia dominam o meu interior. Nessas circunstâncias é comum que eu me pergunte: Será que realmente o amor existe? Digo, o amor entre dois seres humanos falhos e carentes que desejam preservarem-se mutuamente até a morte? Não é possível que eu tenha sido o único em todo o universo e gerações que me precederam, que tenha experimentado tamanha necessidade. É doloroso demais. E se eu não sou o único, porque em nenhum momento eu pude ser correspondido? Talvez Deus me queira só. E todo aquele que Deus condena com a solidão, condena também com o martírio. Oferta o seu sangue. Como os profetas.

Penso que a mulher perfeita seria aquela que diante da complexidade da vida, tornaria com um sorriso tudo simples. Que nos meus dias mais tenebrosos, onde a paisagem se torna uma confusa mistura de tons de cinza, seu sorriso iluminaria e daria cor à vida. Posso até estar exagerando um pouco as coisas, mas exagero nunca será o mesmo que dizer uma mentira.

Um comentário:

carine sheldon disse...

Uma verdade é que...
De fato, não existe a mulher perfeita.
No entanto, a mulher ideal.
Aquela que todos os dias faz a união,
ter um valor imensuravél