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sábado, 20 de agosto de 2011

Venda de "Biografia Anônima"

Olá Caríssimos,

Antes mesmo do lançamento, meu livro "Biografia Anônima" já está a venda. E porde ser adquirido de uma forma bem simples. O valor do exemplar é de R$: 32,00 + R$: 5,00 (despesas de correio) = R$: 37,00. Este valor pode ser depositado na conta a baixo na Caixa Econômica Federal no nome de:

 Ana Maria A. da C. Santana
Agência: 0190
Conta nº: 1300800301-3

Para adquirir outros livros entre em contato comigo pelo email : diogosantana45@yahoo.com.br.

Um abraço.


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A Letra Mata!


 - A letra mata meu filho!
Era o que dona Ana dizia ao seu filho, citando o apóstolo Paulo. Diferente dos irmãos, não brincava de bola ou rodava pião, não tomava banho de rio. Havia nascido velho. Sua única diversão consistia, depois da escola, em passar as tardes distraído em leituras que se estendiam até a hora do jantar. De família pobre e devota, um exemplar da bíblia lhe servia como único estímulo à vida tranqüila e imaginação fértil. Ao longo do tempo, os poucos livros guardados debaixo da cama foram substituídos por uma estante  abarrotada pelos clássicos da literatura, da filosofia e da teologia. As horas dedicadas à leitura eram divididas à paixão pela escrita.  

O menino queria ser escritor, os pais, no entanto,  lhe desejavam a carreira de funcionário público. Com um bom salário e estabilidade financeira suficiente que lhe permitisse se casar depressa. O tempo passa e aos vinte e cinco anos, vivendo de sonhos e empregos modestos, não há mulher que se interesse por homens dessa espécie! Conseguiu ao custo de meses de salário guardados numa lata, publicar o seu primeiro livro. Era como seu filho. 

- Vagabundo! Não vou me matar de trabalhar para sustentar um homem feito até o dia em que eu morrer. Era o que seu pai dizia!

 Saiu de casa. Com uma mochila de roupas e uma mala de livros. Andando sem rumo pela cidade, e à medida que o sol baixava guarda, sabia que se tornava urgente um lugar para dormir e alguma coisa para comer. Dirigiu-se ao bar mais movimentado que encontrou, com a esperança de que se ao menos conseguisse vender um livro apenas, poderia fazer um lanche e pagar a diária num modesto hotel para solteiros. Cansado de andar, a boca seca e a sede lhe desfavoreciam a voz, já fraca, rouca e baixa.  Numa situação com essa é impossível pensar com clareza, quanto mais se expressar com erudição. Retirando da mala alguns exemplares, ensaiou um sorriso forçado, respirou profundamente e se aproximou timidamente de uma das mesas, onde um senhor de cabelos grisalhos, com uma cerveja importada nas mãos, sentava-se solitário.

- Boa tarde. Estou aqui divulgando meu trabalho literário. Há algum tempo, ao custo de muito sacrifício, consegui publicar meu primeiro livro e...

Foi interrompido. Sem muito esforço, não só o pacato senhor de cabelos grisalhos como todas as outras mesas que silenciosamente observavam tal diálogo, sabiam onde queria chegar o jovem escritor. 

- Interessante. Do que trata o seu livro? 

- Na verdade se trata de um conjunto de crônicas. Em sua maioria sobre teologia.

- Não obrigado. Fica para uma próxima vez. Porque você não tenta divulgar o seu trabalho numa igreja ou seminário? 

Entra na primeira igreja que vê aberta. Trata-se de uma antiga loja adaptada, com bancos de madeira e um púlpito muito simples, enfeitado com algumas flores artificiais. O culto ainda não começou, os féis aguardam em silêncio. O pastor chega e ao notar o inesperado visitante, se dirige a ele, o cumprimenta com um forte aperto de mão e um sorriso.

- Gostaria de falar com o senhor rapidamente. 

- Pois não..

- Estou aqui divulgando meu trabalho literário. Há algum tempo, ao custo de muito sacrifício, consegui publicar meu primeiro livro e...

Novamente foi interrompido. 

- Aqui o único livro que interessa é a bíblia! Teologia é coisa de homens. No entanto, vou comprar um livro seu pra ajudá-lo e divulgar ao final do culto. 

Enfim, alguma esperança. Entrega ao pastor um exemplar, assiste pacientemente o culto, e no final de tudo, nenhuma palavra sobre o bendito livro. 

- Desculpe meu irmão, acabei por esquecer. Teria como voltar na próxima reunião? 

Ao relento pelas ruas do Rio de Janeiro, o pobre jovem escritor, se vê obrigado a pedir esmolas, sem contudo, largar da mão a preciosa mala cheia de livros. Ele enlouquece, adoece e morre. Enfim a mala é aberta, e o que se encontrou lá, corroído pelas traças e amarelado pelo tempo, surpreendeu pela beleza. Era eterno. E resolveram publicá-la, lançá-la na mídia, ganhar dinheiro com ela.

domingo, 7 de agosto de 2011

Jesus Ressuscitou

Ele poderia ter nos esquecido.

Poderia ter nos abandonado.

Poderia escolher não ter ressuscitado.

Mesmo assim, continuaria sendo Deus, todavia, não mais o nosso Deus. Um Deus que apenas retribui todo o mal que fizemos com indiferença, nos deixando à próprio sorte. Ele poderia querer continuar morto para nós, como se não existisse ou estivesse muito distante de nós.

Mas ele não nos esqueceu.

Ele não nos abandonou.

Ressuscitou!
Ao sair da sepultura, ele cumpre a promessa de estar conosco todos os dias, e que a vida ou a morte, não é mais um empecilho para se viver essa presença e esse cuidado. Ele estará conosco acima de tudo. Prova de seu amor.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O Eterno e o Transitório


O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.
Evangelho segundo São João, Capítulo XV, vss. 12-14


Soneto de Fidelidade
Vinicius de Moraes

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.



O evangelho de João se caracteriza por longos discursos de Jesus. 

Jesus está deixando o seu testamento. Sua carta de despedida aos discípulos que amou e que por eles foi capaz de entregar a vida. Todo testamento atesta herdeiros e uma herança. Jesus sabia que iria morrer. Sabia também que sairia da sepultura, sabia também que depois da sepultura seria o mesmo, mas não do mesmo modo. Escrever um testamento seria inútil se o Jesus que morre fosse igual ao Jesus que ressuscita. Morre o grão de mostarda e nasce uma grande árvore por onde se aninham todas as aves do céu. Morre o humilde camponês Galileu, o servo sofredor de Isaías, porém o que ressuscita é o messias, o Rei dos reis, o Senhor dos senhores, o Senhor da glória.

Na cruz, uma parte de Jesus morreria para sempre. Jesus eterniza essa parte no coração dos seus amigos. É justamente esse Jesus que nos deixa um testamento. Um testamento de amor. Quando morremos, uma parte de nós se vai para sempre. Ela deixa de existir até mesmo na eternidade. Uma parte de nós que nasceu para ser transitória. E se sabemos que um dia a perderemos para sempre, somos convidados a amá-la intensamente. Agora. 

O humilde camponês Galileu perderia seus discípulos, e seus discípulos perderiam o seu mestre. E nós, com o tempo, perdemos também as pessoas que amamos: pai, mãe, irmãos, filhos, amigos. Jesus nos ensina a valorizar esses relacionamentos de uma forma intensa, urgente, imediata, pois na eternidade, eles simplesmente não existem. É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã. Porque se você parar pra pensar na verdade não há (Renato Russo).  

Porque na ressurreição nem casam nem são dados em casamento; mas serão como os anjos de Deus no céu. E, acerca da ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou, dizendo: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos (Mt. 22.30-32).

Soli Deo Gloria.