“Aquilo
que chamamos Espírito de Deus não é um
patrimônio cristão, pois o Espírito de Deus já existia antes de existirem
cristãos, inspirando e alimentando homens e mulheres no caminho da santidade,
levando a humanidade à fruição, trazendo à tona tudo o que de melhor há em
todos nós” (Desmond Tutu em Deus Não é Cristão).
Devaneios literários de um teólogo sobre o ritmo das Metrópoles; seu mundo e sua gente. E é claro, sobre eternidade...
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sábado, 30 de junho de 2012
domingo, 17 de junho de 2012
De Quem é o Rosto de Márcia Tiburi?
Olhar
para traz, ver por onde se passou e tudo o que deixou pelo caminho. Comparar o
que se era com o que se é. Alguns, não saberiam conter o riso. Para esses, o
passado é algo que não merece novamente retornar à vida. Outros, no entanto,
constatando o presente como um “espaço aberto”, ausente de significado e morto,
procuram no passado o eu que pela força das circunstâncias foi legado ás
sombras. Procuram nesse passado o seu futuro. Assim, Márcia Tiburi expressa em
seu novo livro “Era Meu Esse Rosto” (Record) uma comovente e intensa reflexão
sobre a necessidade recorrente a cada um de voltar ás origens quando o presente
torna-se absurdo. Nesse aspecto, a memória torna-se o instrumento para a reconstrução
da identidade e reavaliação de valores. Todavia, o que somos, não somos
sozinhos. É justamente em nossas relações que se estabelece nossa identidade.
Há algo em nós presente nos outros, que nos foi legado pelos outros. Todas as
relações possuem uma origem. Quando envelhecemos, o passado costuma ficar doce
e a infância açucarada. Talvez seja o pressentimento de algo amargo. Nesse
aspecto, não há nada de poético na infância em si mesma. Ela torna-se poética à
medida em que se distancia irremediavelmente de nós. Nesse aspecto há algo de
freudiano em Márcia Tiburi, que ao evocar a infância de seu personagem,
contrapondo-se à sua condição presente, compreendo o que somos hoje, uma
síntese de relações e que ao longo do tempo nos foram subtraídas de modo abrupto.
Lembrar é contar as perdas. A morte, assim como a memória da infância como
reivindicação de identidade, torna-se o tema predominante na narrativa. O mundo
está ai, e foi construído por pessoas que, caso não se manifestem, permanecem
anônimas. Essas pessoas não se manifestam. O mundo, constitui portanto de uma série
de biografias anônimas de fantasmas representados por lápides nos cemitérios
(reais e os da memória). Lembramos e temos saudade, e nesta saudade reside um
pouco de cada um de nós que se perde nos outros.
Caríssima Márcia,
Esse não é o seu rosto, na parte ou
no todo, é o rosto de todos nós.
domingo, 3 de junho de 2012
Livros Lidos em 2012
Livros Lidos em 2012 (até o momento):
1- “As Veias Abertas da América Latina” de Eduardo Galeano (Editora LP&M)
2- “Casa Grande e Senzala” de Gilberto Freyre (Global Editores)
3- “O Reino de Deus Está Em Vós” de Leon Tolstói (BestBolso)
4- “Minha Religião” de Leon Tolstói (Editora A Girafa)
5- “Os Últimos Dias” de Leon Tolstói (Editora Penguin)
6- “A Monstruosidade do Cristo” de Slavoj Zizek (Editora Relógio D’água)
7- “Entre a Marioneta e o Anão: o cristianismo entre a subversão e a perversão” de Slavoj Zizek (Editora Relógio D’água”)
8- “ A Morte da Fé” de Sam Harris (Editora Companhia das Letras)
9- “Deus, um Delírio “ de Richard Dawkins (Editora Companhia das Letras)
10- “deus não é grande” de Christopher Hitchens (Companhia das Letras)
11- “Cristianismo Pagão?” de Frank Viola e George Barna (Editora Abba Press)
12- “Bonhoeffer: Pastor, Mártir, Profeta, Espião” de Eric Metaxas (Editora Mundo Cristão)
13- “Ortodoxia” de G.K.Chesterton (Editora Mundo Cristão)
14- “Jesus e Javé: os nomes divinos” de Harold Bloom (Companhia das Letras)
15- “Deus: uma invenção?” de René Girard (Realizações Editora)
16- “Filosofia da Religião no Pensamento de Bernhard Welte” (Editora Idéias & Letras)
17- “Retrato do Brasil” de Paulo Prado (Editora Companhia das Letras)
18- “Anarquia e Cristianismo” de Jacques Ellul (Editora Garimpo)
19 - "O Estrageiro" de Albert Camus (BestBolso)
20- "Vida: Um Enigma, Uma Jóia Preciosa" de Daisaku Ikeda.
21- "São Paulo" de Alain Badiou (Editora Boitempo)
22- "Era Meu Esse Rosto" de Márcia Tiburi (Editora Record).
23- "Lavoura Arcaica" de Raduan Nazar (Companhia das Letras).
24- "A Espera da Aurora: um cristianismo para o amanhã" de Jean Delumeau (Edições Loyola).
25- " O Amor Vence" de Rob Bell (Sextante).
26- "História Politicamente Incorreta da Bíblia" de Robert Hutchinson (Editora Agir).
27- "O Ateísmo Cristão e Outras Ameças à Igreja" de Augustus Nicodemus (Editora Mundo Cristão).
28- "O Que é Religião?" de Rubem Alves (Edições Loyola).
29- "Martinho Lutero, Um Destino" de Lucien Febvre (Editora Três Estrelas)
30- "Kierkegaard em 90 Minutos" de Paul Strathern (Zahar Editores).
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