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sábado, 25 de dezembro de 2010

Eis o Natal...

E disse Deus: Façamos o homem.

Isto significa que não há homem sem Deus. Sem Deus não há homem, mas sim, outra coisa no lugar dele que recebe a mesma definição. Isto significa que somente Deus cria quem o homem é. De maneira que, se não somos o que Deus cria, não somos homens. Significa que, por si mesmo, ser homem é ser uma criação divina.

E disse Deus: Façamos o homem.
E ele continua dizendo.
Sua palavra cria em mim o que ainda não sou. E com beleza me transforma. E mesmo com pouca nitidez, me faz observar a eternidade.

Oh Senhor, obrigado. Pela pobreza de quem sou me enriqueces de quem és. É por isso que vieste ao mundo, e escolheste ser homem, quando era Deus. Escolheste ser pobre quando era de todos o mais rico. Escolheste uma manjedoura de palha e um estábulo quando poderias ter escolhido um berço de ouro num palácio.

Escolheste uma virgem. Justamente porque resolveste se importar com a vida dos homens que criaste.
Escolheste a mim. Nesse vaso de barro, sem qualquer valor, escondeste um tesouro que mesmo depois de velho e crescido, ainda não aprendi a contar.

Tu me amaste Senhor, e essa é toda a minha riqueza. Agradecido estou, por estar novamente apaixonado. Pela eternidade.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Convite de Lançamento de "Diálogos"

Lançamento "Diálogos"

Olá Caríssimos,

Enfim, a editora multifoco agendou a data do lançamento do meu livro: 18 de janeiro, as 19:00 hrs, na sede da editora que fica na Av. Men de Sá nº 126, na lapa.

Com toda certeza será uma data histórica! 

Espero todos lá!

domingo, 19 de dezembro de 2010

Sermão Cerimonial

Em ocasião de culto público na Igreja Batista de Vila Norma no dia 19 de Dezembro de 2010.

Jo.2.13-25


É comum aos pregadores do nosso tempo, se interessarem por esse texto por dois motivos: Primeiro porque Jesus está irado e segundo, porque sua ira é contra o comércio feito dentro do templo. Por incrível que pareça, a beleza do texto não está num Jesus irado que expulsa os mercadores do templo. Mas sim no motivo pelo qual ele faz isso. Sendo assim, o grande tema deste texto não pode ser outra coisa a não ser a graça de Deus. Um Deus que se ira por graça.

Jesus vai à Jerusalém para a páscoa. Uma festa religiosa onde se comemorava a liberdade. Jesus vai à Jerusalém, e o que ele encontra é uma nova forma de escravidão, justamente por meio da religião. É predominante no judaísmo da época de Jesus, a conquista do perdão de Deus por meio de sacrifícios de animais. O animal oferecido era um símbolo do pecado, assim como substituía ritualmente também esse indivíduo pecador. O homem pecador na linguagem da religiosidade judaica é comparado a um animal irracional. Tal como um boi que mugi e um cordeiro que bali. A morte do animal, assim como o derramamento de seu sangue representava a extinção do pecado, consequentemente o perdão divino. 

Na época, a maior fonte de riqueza era a terra. Era inevitável que os donos das terras se dedicassem também à criação de animais. O pobre não tinha terra. Sem terra, o pobre não poderia ter animais (com exceção dos pastores, que criavam suas ovelhas em terras livres). Não tendo animais, o pobre não tinha o que sacrificar para ter o seu pecado perdoado. Inevitavelmente pela lei, continuava pecador e por isso, excluído do templo, onde pela tradição judaica era o local onde Deus escolheu se manifestar. Por não ter sacrifício, o pobre era excluído da presença de Deus. No judaísmo vigente, exclusão espiritual era o mesmo que exclusão social.

Na época de Jesus, a grande maioria da população era pobre. Isso significava que apenas uma pequena elite teria condições de cumprir às exigências da lei para alcançarem o perdão de Deus. Os sacerdotes permitem a venda de animais para que o pobre tivesse a oportunidade de sacrificar. Mas como cobrar algo de alguém que não tem nada? As mesas estão cheias de dinheiro. É preciso, portanto, se vender e se corromper, se deixar escravizar. A páscoa se torna uma festa da escravidão de pessoas que apenas querem o perdão de Deus, e não de liberdade.

Diante dessa cena Jesus fica irado. O povo não está livre, mas é escravo de quem lhes prometeu liberdade. Com violência os comerciantes são expulsos do templo. Com esse gesto, Jesus demonstra que a graça de Deus não pode ser vendida, que ela não tem preço. E se a graça não pode ser vendida, igualmente ela não pode ser comprada. Que não existe homem que, por esforço próprio a conquiste. Com esse gesto, Jesus demonstra que a graça de Deus apenas precisa ser aceita, justamente porque diante de Deus, até o homem mais rico, mais sábio, mais justo e mais santo é muito pobre.

“Eu sou pobre e necessitado, porém o Senhor cuida de mim; tu és o meu amparo e o meu libertador; não te detenhas, ó meu Deus!” (Sl. 40.17).

Em Jesus Deus se ira diante da injustiça. A ira de Jesus também é divina, e é uma resposta diante da escravidão do pobre, daquele que não tem nada para sacrificar. Albert Camus escreveu: "Liberdade é uma possibilidade de ser melhor, enquanto que escravidão é a certeza de ser pior.".

Responderam pois os judeus, e disseram-lhe: Que sinal nos mostras para fazeres isto? (v.18).

Jesus promete destruir o templo. Um templo de pedra não pode limitar um Deus verdadeiro. O templo é destruído porque ele não é o verdadeiro templo de um Deus eterno. O verdadeiro templo de Deus é Jesus. Ele será torturado pelos homens, será imolado, sacrificado. Será o sacrifício para todo aquele que não tem como oferecer a Deus sacrifício algum. Para aquele que diante de Deus é pobre, isto é, todos nós.  Mas ao terceiro dia ele ressuscita.

Aceitar a graça de Deus é aceitar-se como muito pobre em relação a ele. É aceitar-se como alguém que para Deus não tem o que sacrificar. É aceitar o sacrifício de Jesus por nós. Jesus, o verdadeiro templo pelo qual a Deus temos acesso. Bertrand Russel escreveu: "A liberdade é algo maravilhoso, mas não quando o preço que se paga por ela tem de ser a solidão.". Jesus pagou o preço pela nossa liberdade. Em Jesus a páscoa se torna novamente uma festa de liberdade, onde todos podem ter acesso a Deus, sem dinheiro, inteligência ou até mesmo sem moral. Sem mérito. Apenas por meio de Jesus.

Soli Deo Glória.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Campanha "Adote Um Seminarista"


Olá caríssimos,

Como é difícil ser seminarista! Principalmente quando os recursos são próprios. Poucos conseguem conciliar trabalho e estudo de maneira harmoniosa diante do intenso cronograma de atividades do ano letivo. Por conta disso, por inúmeras vezes pensei e tentei desistir do seminário: ainda não consegui, e cá estou em direção ao quarto período. O desgaste mental é bem maior do que o físico. O sentimento de desamparo contribui para a falta de estímulo e apatia. Por conta disso, pensei num projeto a fim de tentar melhorar (e quem sabe mudar) essa situação, o que me trouxe novas esperanças e estímulo para continuar.

O Projeto consiste numa etapa inicial de conscientização da importância da formação teológica, acadêmica e pastoral para todos os vocacionados à carreira ministerial. Nessa etapa (de dois dias), igrejas serão convidadas a receberem, por um valor simbólico, palestras sobre a importância da teologia e do ministério pastoral na sociedade, a carreira do teólogo/ pastor e aspectos legais. A partir das decisões a igreja local será estimulada a contribuir para o sustento do candidato ao seminário. A segunda etapa consiste na confirmação dos candidatos, e nela, durante um dia inteiro de atividades, os vocacionados serão estimulados ao ensino, a pregação e a evangelização.

Um seminarista que é sustentado pela sua igreja local se compromete com ela. É natural que seminaristas que se empenham em sustentar a sua própria formação, se considerem livres em suas decisões futuras quanto ao ministério e as atividades corporativas da congregação. Se a igreja coopera com o seminarista, a situação é bem diferente: ele tem o direito de cobrar resultados. Todavia, outros fatores predominam na decisão de uma igreja em sustentar seminaristas: o número de vocacionados (que pode ser bem maior que a possibilidade financeira da igreja) e o receio da liderança por competição. O seminarista não deve ser um inimigo do pastor, mas sim seu cooperador direto. Sua função é colaborar para o crescimento e desenvolvimento da igreja.

Um seminarista que valorizado por sua igreja se sente incentivado, e isso pode acontecer através de homenagens públicas, cartas e oração principalmente.

Adote um seminarista.

Ele precisa de você, mais tarde, será você, talvez, quem irá precisar dele.