Sim, eu já tenho pronto um novo livro. Antes mesmo de lançar "Diálogos". Não se trata de nenhum exagero meu, mas sim resultado da oportunidade de ressuscitar antigos projetos. E ele está muito bem prefaciado, pelo grande amigo Silas Fiorotti, mestrando em ciências sociais pelo Benett de São Paulo. Elogia e critica, fruto de sinceridade e liberdade.
Por enquanto, por estar ás voltas com "Diálogos", lançaremos "Utopia de Jesus Cristo" no ano que vem, mas desde já, deixo o prefácio do meu amigo a fim de apreciarem o que estará por vir...
Um pouco de ar fresco
(por Silas Fiorotti )
Há teologia boa e há teologia ruim - talvez só mais um dualismo simplista. Enquanto a segunda pretende responder tudo, a primeira deixa-nos com mais dúvidas. Infelizmente não há teologia totalmente boa, mas o contrário nem sempre se confirma. Dito isto, saibam que eu acabei descobrindo que o pior professor de teologia que eu já tive, que dava aula de Hermenêutica, foi o que adotou um daqueles manuais de interpretação bíblica e disse que eu deveria seguir todas as instruções contidas nele. Até hoje eu me pego seguindo inconscientemente aquele manual fajuto, assim como eu me pego reproduzindo algumas baboseiras que eu já ouvi dentro dos templos evangélicos. Eu nem precisei ir muito longe para aprender que existem diversos tipos de interpretação bíblica. A teologia boa sabe que não precisa simplificar as coisas, porque até mesmo o Espírito Santo veio para “confundir o mundo” (cf. Jo 16.8 - TEB).
O meu amigo Diogo Santana segue o legado de provocações de Kierkegaard, por isso não trata-se de um manual de teologia que pretende responder tudo. Nas próximas páginas o leitor será provocado. Há quem ficará escandalizado com as tensões e crises apresentadas. Alguma ruptura torna-se necessária e os estabelecidos não suportarão. Os mais puristas questionarão as ambiguidades e simultaneidades. Talvez ninguém engula tudo, mesmo sendo um simples livreto. Eu sei que ele cometeu uma ou outra leviandade - falando sobre a identidade cristã abordou superficialmente temas como o pensamento de Tolstoi, a homossexualidade, o aborto, a(s) teologia(s) da libertação etc, talvez até mesmo reproduzindo algum ranço evangélico sem se dar conta. O mais importante é que o Diogo Santana é um autor marginal - de certa forma ele não precisa responder as demandas de nenhuma instituição, não está preocupado com o status quo, pode lançar seus insights sem muita sistematização ou rigor metodológico, não precisa ser totalmente coerente, pode citar comentários de amigos que foram retirados de páginas pessoais e de relacionamento, não precisa seguir as normas dos trabalhos acadêmicos, mesmo tendo um bom referencial teórico.
Só mesmo um autor marginal para enxergar as convergências da anarquia com a tradição profética hebraica e o cristianismo neotestamentário. Não quer dizer que agora encontramos a verdade absoluta, apesar dos avanços ela sempre estará encoberta. Jacques Ellul já disse: “Não é possível ver a verdade. ‘O sol e a morte não podem ser olhados de frente’; fórmula moderna e laicizada do ‘É impossível ver a Deus’” (Jacques Ellul in A palavra humilhada. São Paulo: Paulinas, 1984, p. 230). No entanto, nesse momento de recrudescimento dos fundamentalismos no seio do cristianismo institucional e da renovação das alianças deste último com o Estado, com o ingresso maciço de religiosos no poder legislativo defendendo apenas interesses institucionais, a recorrente criminalização dos movimentos sociais etc, toda ênfase libertária traz um pouco de ar fresco para a teologia.
Devaneios literários de um teólogo sobre o ritmo das Metrópoles; seu mundo e sua gente. E é claro, sobre eternidade...
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segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Prefácio ao Livro " Utopia de Jesus Cristo: Uma Introdução à Teologia Marginal".
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2 comentários:
Fica o meu depósito de curiosidade,da atração,de incursão sob dúvidas,apreço pelo rótulo marginal(Em contexto,creio, ao não padronizado institucional denominacional)e por todo,ao raro exposto literário oferecido como proposta de em se pensar.
Espero,por logo,tê-lo em vista e raciocínios.
Fica o meu depósito de curiosidade,da atração,de incursão sob dúvidas,apreço pelo rótulo marginal(Em contexto,creio, ao não padronizado institucional denominacional)e por todo,ao raro exposto literário oferecido como proposta de em se pensar.
Espero,por logo,tê-lo em vista e raciocínios.( Raitler Mathos.)
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