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sábado, 3 de novembro de 2012

César e Cristo


* Leituras de Lc. 20.25 e Lc. 23.2.

Jesus, o messias.

Para um judeu religioso isso não constituiria ofensa alguma, a não ser quando esse messias, ao invés de optar pela violência, a fim de impor seu poder, escolhesse seguir justamente o caminho oposto. Um messias pacífico, diante das circunstâncias impostas, não consistia num crime romano, mas judaico, contudo, contra isso, legalmente judeu algum poderia fazer qualquer coisa. A apelação ao direito romano era inútil, pois não existia na alegação de messias um crime em si. O camponês judeu não poderia comparar-se a César. Deixou claro que era o messias e que era rei, mas não desse mundo, não da forma como as coisas estão. Pilatos não poderia condená-lo por isso. 

A acusação estabeleceu numa única fórmula um crime político e outro religioso, satisfazendo assim ambos os lados: um messias que proíbe o tributo a César. Para um judeu devoto toda a nação pertence a Deus, ou seja, César fica com absolutamente nada. Seu poder é ilegítimo, não apenas sobre os judeus, mas também sobre os próprios romanos. Foi isso que os judeus entenderam da clássoca máxima de Jesus: " Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus". Era isso que muito provavelmente Jesus ensinou de fato. Que diante de Deus todo poder é ilegítimo, tanto que saberia que morreria por isso. 

Nada pertence a César, tudo pertence a Deus. As consequências são assustadoramente poderosas: Deus não é uma entidade abstrata, distante dos homens, ele governa, e diferente dos monarcas ,presidentes e ditadores, ele é próximo e íntimo. Seu governo não é teocrático. Segundo Jesus, é patriarcal. 

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