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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

“Tomai e Comei o Pão. Este é o Meu Corpo”

Sempre há algo novo a se falar sobre o sacrifício de Jesus e a memória que trazemos sobre este gesto incondicional de amor. O rito eucarístico comove o meu interior, preenchendo-o de profunda gratidão, e ao mesmo tempo constrangendo o meu espírito a uma terrível inquietação sobre a necessidade de aperfeiçoar-me como cristão.

É comum a todo aquele que define a ceia como litúrgica, expressão de reverência e beleza pela presença do Senhor entre nós, fazer herdar para o rito e procedimentos litúrgicos um rigor que se aproxima de mera encenação militar. É comum também àqueles que definem este mesmo rito como sacro (santo) tenderem a reduzi-lo também como santificador, pela simples obediência a ordenança. Se esquecem que santificação é um exercício de aperfeiçoamento, e o que de fato santifica na ceia são os valores contidos neste ato solene quando porém praticados. Nós batistas fazemos da ceia um memorial e o nosso grande defeito é fazer desse memorial uma honrosa e pomposa homenagem saudosista. Sim, a ceia é um memorial, e nos lembramos do sacrifício de Jesus Cristo a fim de explorarmos a variedade de seus significados para a vida e perpetuação da igreja, desse modo ela também é sacramental à medida em que possui valores para a nossa santificação e é litúrgica pois expressa reverência a presença de Cristo.

Tomai e comei deste pão, que desce do céu e é partido por vós. Este mesmo pão que é o corpo de Cristo. Que é símbolo da igreja. Curioso observar que o pão, símbolo do corpo martirizado de Cristo, também é símbolo da igreja, porque o Corpo de Cristo é a igreja. Ao se alimentar do pão, o fiel expressa assim a sua unidade no corpo e a sua comunhão com os demais cristãos. O pão é um símbolo de fraternidade. Todavia este mesmo pão do céu é partido, humilhado e crucificado. Este mesmo corpo é perseguido. Mas a unidade prevalece.

Estejam unidos e vocês mudarão o mundo, mesmo diante da dor e do sofrimento. Mesmo diante de um mundo injusto e cruel. Tomai e comei o pão é um convite para a doação. É um convite para a morte, mas também para a ressurreição.

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