Confesso!
Sou eu o assassino da atual teologia brasileira. Um assassino de profetas. Querendo matar os falsos, posso atingir também os verdadeiros. Estou cansado de todo o lirismo barato desses mercenários cambistas que outrora viviam ao redor do templo, hoje porem estão dentro dele.
Não há outro meio de provocar uma revolução a não ser com escândalo e perplexidade. Se por outro lado, aquele que se empenha em tal iniciativa fracassa, se vê em meio a tão grave culpa e a equívocos sobre a índole de sua iniciativa que nem o próprio Cristo o tem por inocente. Ele mesmo adverte: Ai do mundo por causa dos escândalos; porque mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vêm! (Mt. 18.7). Todo o contexto do capítulo 18 de Mateus está enraizado na idéia de Jesus em se combater a ideia de superioridade espiritual. Fundamento de uma crítica ao sacerdócio enquanto ofício restrito a uma pequena elite. O escândalo mencionado por Cristo, se refere ao poder de desvirtuar o simples do Caminho, lembrando que ele mesmo provocou escândalos em suas polêmicas com a lei de Moisés e a religião oficial.
Corpo Morto procura refletir sobre o valor de todo o legado deixado pelos mentores da teologia de massa no Brasil, assim como o futuro de tais ministérios após a morte de seus fundadores. Será que a criatura (a instituição) suportaria a ausência da imagem (e todo o poder que ela representa) de seus fundadores? Tal reflexão ambiciona responder uma outra questão: existe afinal uma teologia legitimamente brasileira?
É importante uma teologia brasileira?
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