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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O Filho Pródigo






Talvez você considere a parábola do filho pródigo apenas um texto bonito para ser pregado a não crentes ou crentes decepcionados com a igreja num domingo à noite. Não é este o caso. Deus ama seus filhos onde quer que estejam: perto ou longe. Este texto é para ambas as pessoas. À todos os crentes que, independente das circunstâncias se encontraram desencorajados e desestimulados, tristes e aborrecidos, incompreendidos ou simplesmente  se sentem ignorados. Há de se considerar que muita gente assim, com toda a persistência, freqüentam nossas igrejas. Por outro lado, seria um erro grosseiro comparar uma denominação qualquer com a casa do pai, descrita na parábola. Contudo, podemos tornar nossa vida em comunidade integrante dessa casa. Nesse esforço surge a igreja: a comunidade que reproduz à sociedade o amor de Jesus Cristo, que não distingue bom de mal, justo de injusto, que é gratuito. 


A Juventude é Uma Aventura Perigosa. Ele tem tudo em suas mãos, mas seu coração não está satisfeito. Os bens de seu pai são maiores do que a presença de quem lhe amou por toda a vida. É jovem, e por isso, tem no coração o desejo por aventura e perigo. Deseja enfrentar o mundo lá fora com as próprias forças, confiante que irá vencê-lo. Abandona a segurança do lar. Decidiu partir. Indo para longe de quem, por toda vida o sustentou e cuidou. De quem lhe ensinou sobre os perigos que o mundo reserva a jovens simples. Mas sua curiosidade lhe impulsiona à fascinante beleza do desconhecido. Decide partir, e mesmo com toda a angústia da separação, seu pai não se recusa a lhe negar coisa alguma. Oferece tudo. Junto com o filho rebelde e aventureiro, vai-se embora na caminhada parte do coração de seu pai. Como nos mitos gregos, deseja enfrentar seu destino. Seu bondoso pai não estará lá fora para socorrê-lo, mas não deixará a porta de casa até ver seu filho retornar ao lar novamente. Diferente dos gregos, que não eram filhos dos deuses, não podemos deixar de sermos filhos de Deus. Não podemos fugir de nosso lugar de origem. É inevitável que ele retorne para o lar. É inevitável que ele aprenda que no mundo lá fora não há lugar para ele. Lá fora ele não é filho de ninguém e por isso, não haverá piedade para ele. Aprenderá que longe de casa não se pode ir a lugar algum. Ele retornará, mas não como a mesma pessoa de antes.


Voltar ao lar. Tornar a trazer alegria ao coração de um pai que espera. A alegria do reencontro, que evoca a lembrança de quando viu seu filho pela primeira vez, ainda pequenino e indefeso, chorar em seus braços. Novamente para os seus braços ele retorna. 


Essa é a sua história, mas também de outros tantos que como ele se convenceram de que poderiam encontrar algo melhor do que a casa do pai que se dedicou e ofereceu tudo a ele. A história de cada um de nós. A história de nossa viagem rumo ao desconhecido e de nosso retorno para a casa. O mundo é um grande deserto, onde os poucos oásis estão lotados de pessoas que competem entre si (e até matam por isso) por um pouco de água, comida e descanso. Por isso, não espere sobreviver por muito tempo lá fora. No deserto você não é filho, não está indo para lugar nenhum e não tem muito tempo de vida, aliás, não tem muito tempo para descobrir essas coisas. 

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