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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Estação Jugular, de Alan Pitz


E se você subisse num ônibus, e soubesse, durante a viagem, que está indo para a eternidade? Instantaneamente, sua viagem, de trivial e banal, se tornaria, ela mesma, a mais importante da sua vida, por ser justamente a última. Sua visão não seria mais a mesma. Como definir cores e sons de lugares desconhecidos para a maior parte da humanidade (pelo menos, viva)? Parábolas que beiram ao absurdo. É o que propõe Alan Pitz em seu livro “Estação Jugular” lançado este ano pela editora multifoco. 

Franz, tentando fugir do sol, embarca numa viajem que o leva para o seu destino e origem. O seu ponto final. É evidente no texto elementos narrativos que me cabem comparar apenas a nomes como John Bunyan (autor de “O Peregrino”) e Frans Kafla (autor de “O Processo”), pela temática utilizada e a ênfase alegórica presente no livro. Alan consegue explorar esses elementos de uma forma nova, contextualizada e elegante. 

A vida é uma viagem, e a morte também. Todos nós nascemos como peregrinos, como pródigos, regressamos à casa de onde partimos. Para alguns, essa viagem pode ser muito longa, e para outros, curta demais, entretanto, ela não deixa de ser uma aventura fascinante, onde descobrimos onde a estrada está nos levando e que o caminho que estamos indo é apenas um espelho de quem somos. É só olhar para os próprios pés.

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