Ele se aproxima à mesa para o acordo.
Sentado a sua espera, um homem vestido com um capuz. Com uma voz estridente pergunta ao visitante:
- O que queres de satanás?
- Quero fazer um pacto. Ele responde.
Uma gargalhada invade a sala.
- Preciso do seu sangue.
O jovem rapaz estende sua mão e corta um de seus pulsos com uma gilete que trazia no bolso. O sangue é depositado num cálice e misturado ao de outras vítimas animais.
Uma nova gargalhada na sala.
- Meu filho, o que quer de mim?
- Quero terminar minha faculdade. Estou passando por dificuldades financeiras, e preciso me formar.
- O que você cursa?
- Teologia. Me formo “reverendo” no final do ano.
As gargalhadas cessam.
- Mas como é que você vem procurar justamente a ajuda do diabo para ser um pastor? Você acha que eu estou aqui de brincadeira?
- Pois é. A situação está difícil e urgente. Tive que apelar já que ninguém quer saber de ajudar.
Satanás espuma enraivecido. Mas resolve ajudar. O acordo é feito e o futuro pastor termina o seu curso. Dirige uma grande igreja e tem um excelente salário, e assim, o diabo percebeu que havia feito um bom negócio, pois ao invés de uma, levaria uma centena de outras almas para o inferno.
Alguns anos mais tarde num anúncio de jornal se lia:
Pai Joãozinho do Diabo
Feitiços e amarrações. Faço voltar o seu amor em duas horas. Pactos para enriquecimento e poder. Ajuda a seminaristas.
4 comentários:
Infelizmente isso tem acontecido muito em nossas igrejas, a falta de incentivo faz com que Satanás leve muitas almas. Não acontece só com seminaristas, mas com excelentes músicos, cantores, professores e por aí vai...
Muito bom...você é sensacional.Sempre usando bons exemplos!E fica a pergunta no ar: Do que somos capazes de fazer para alcançar os nossos objetivos?
Olá Zilda,
Fico feliz que tenha gostado do texto e do blog. Estou preparando alguns textos novos para postar. Continue acompanhando e se possível, siga o blog.
Um abraço.
A primeira reação diante desta crônica é o riso.
Me pergunto o porquê. Talvez porque tenha afetado. Mas afetou por quê? Talvez porque seja tarde demais para negar uma realidade ignorada. Ainda bem que existe quem afete com as palavras o mundo virtual de alguns.
Escrever é tocar, afetar, descentrar. Fui afetado, rs.
Gostei dessa crônica.
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