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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O Demônio do Profeta João

Lc.7.33-35.
Ora, é fundamental para um membro da cristandade que tenha um bom testemunho e uma moral exemplar. Jesus não tinha; frequentemente associado a marginais, quebrava o sábado e contestava a autoridade dos sacerdotes. E ainda justificava sua conduta como obediência a vontade de Deus. Infelizmente eu não tenho essa coragem, infelizmente não posso afirmar que sigo a Cristo, assim também, como não podem afirmar muitos outros membros da cristandade como eu. Prefiro o lugar comum de ser um bom cidadão e cristão, e quando por algum descuido, ser invadido pelo sentimento de culpa.

 Se Jesus novamente estivesse fisicamente entre nós, é certo que estaria onde sempre esteve: concerteza, comendo pão, bebendo vinho, ao lado de seus amigos publicanos e de toda a sorte de pecadores. E se por acaso ele fosse membro de uma igreja, sua conduta provocaria um escândalo tão grande, que alguns membros indiguinados da cristandade, o sufocariam de questionamentos, pelo bem da doutrina e dos bons costumes, acharia melhor exigir-lhe uma retratação, e caso este se negasse, uma punição exemplar, e até mesmo a exclusão. Infelizmente, fazemos da doutrina denominacional e do que afirma o pastor, algo melhor do que Cristo.

Contudo, Jesus não é um membro da cristandade. Ele é o seu objeto de veneração. Existe nesse aspecto, uma perversão tão grande dentro da instituição cristã, onde Jesus, o objeto de veneração, está separado dos seus adoradores, justamente dentro do templo e por causa dele. O Jesus que cultuamos não é o mesmo do novo testamento, justamente porque o Jesus do novo testamento come pão, bebe vinho e é amigo de toda sorte de pecadores. Nós ao contrário, com exceção do momento litúrgico (e porque não dizer teatral) da ceia, preferimos nos abster deles. Mais do que isso, os evitamos e por conta disso, temos uma consciência tranqüila. Julgamos-nos santos justamente por não nos envolvermos, tal como o sacerdote da parábola que passa de largo pelo caminho onde se encontra estirado no chão o viajante.

Queremos ser iguais a Jesus Cristo, contudo, nos parecemos mais com o asceta João Batista e o seu demônio. Que condena o pão e o substitui por gafanhotos, o vinho por mel e os pecadores pela vida eremita nos desertos.

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