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domingo, 31 de outubro de 2010

O Novo Hábito dos Escritores

Passou o tempo em que ser escritor era motivo de prestígio e que por essa razão se podia ostentar alguma coisa. Passou o tempo em que era possível agradar a família e os amigos, e até conseguir alguns suspiros de mulheres que se apaixonavam pelo autor de seus livros favoritos. Pois é, esse tempo passou. Hoje, os que se dedicam a escrever, apenas o fazem por muita insistência e caduquice. Apenas por vocação. O escritor de ontem não é o mesmo que escreve hoje. Mais do que paixão, havia idealismo. Hoje porém é possível escrever sem causa alguma, apenas por diversão. Infelizmente são esses os raros autores que vendem. Atualmente a lógica que rege a literatura é a mesma das cifras monetárias, afinal, alguém precisa comer, e nesse caso, não estou me referindo aos literatos.

O ócio do artista hoje constitui mais um produto da dificuldade em se vender bons originais às editoras, do que propriamente uma possibilidade para que ele tenha boas idéias para seus livros. O estereotipo eremita que norteia o ofício literário, hoje nada mais significa do que uma forma de redução de custos diante dificuldade em sustentar esposa e filhos só com literatura. É mais cômodo e barato ao artista não ter amor algum. Alguns se tornam reclusos e amargos, substituem o amor pela crítica e pela própria arte. Outros, boêmios, acham mais conveniente, eventualmente pagar uma garota de programa e se afogar no álcool.

Não sou desse tipo. Ainda conservo o idealismo romântico de querer um dia fazer história com literatura, o que hoje em dia pode ser considerado algo cômico. Entretanto, alguém seria capaz de rir de autores como Sartre, Camus e Heidegger? Eles não eram deuses, mas homens. Qualquer diferença entre eles e eu apenas pode ser medida por esforço.  

Um comentário:

Daniel Branco disse...

Fala Diogo,
Sou eu, Daniel, da PIB de Nilópolis. Estou passando pra dizer que gostei muito do blog e que voltei com o meu. Abaixo segue o link dele. Acredito que você vá gostar, apesar de estar só no início.

Abraço