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terça-feira, 26 de abril de 2011

Um Novo Samaritano


A parábola é a mesma. Um homem agoniza no chão à beira do caminho. Os passantes o vêem, o reconhecem e o ignoram. Mas dessa vez, não se trata do sofrimento de qualquer homem: pensemos hoje que esse mesmo homem é o zeloso sacerdote que seguia o seu caminho em direção ao templo. Hoje ele é a vítima. Assaltado, perde tudo o que tem e quase a sua própria vida. Não lhe passou pela cabeça que as outras vítimas encontradas em seu caminho eram idênticas a ele e lhe serviram de aviso. E ele as ignorou. Em seu coração, apenas uma simples oração: 

“Oh Senhor, quando irás me ajudar? Socorre-me, pois me faltam forças para levantar!”

Passa um transexual, que ao ver aquele homem, quase morto, mas ainda consciente, lhe oferece ajuda. Com as poucas forças que tem, ele recusa. Segue então o seu habitual caminho. De igual modo, passa uma prostituta e também lhe oferece ajuda:

- Não quero sua ajuda, sua pecadora! Sussurrando ele diz. 

Magoada e ofendida, ela também se afasta e segue o seu caminho. Ele não havia percebido que se aceitasse ser ajudado, o zeloso sacerdote teria mudado o caminho habitual de quem lhes ofereceu ajuda. Ele teria lhes oferecido outro caminho e com isso, o caminho de morte em que ele mesmo se encontrava, se transformaria num caminho de vida. 

Por fim passa outro sacerdote. Sem forças, sequer para falar, o homem estendido no chão apenas lhe estende a mão. Ele é ignorado. Algumas horas depois ele estava morto à beira do caminho.

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