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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Que pena, a cruz está vazia!

Texto: Mc. 8.34-38

Não se preocupem: eu não mudei de idéia, não desisti de tudo, eu não mudei de fé. Embora para alguns, não seja um cristão digno de tanta confiança: cheio de surprezas subversivas que saltam de minha mente para os meus textos e ouvintes.

Celebramos a ressurreição como memória de que Cristo, ao vencer a morte, nos oferece a oportunidade de vencê-la também, através de seu intenso amor por nós. Salomão escreveu "... porque o amor é forte como a morte (Ct.8.6)". Cristo demonstrou que o amor excede em força ao poder da morte. Cristo demonstrou que o amor vence a morte.

Alguns cristãos não sabem dizer com precisão de quem é a cruz que carregam. A maioria entende que se trata de uma cruz que é sua. Cristo porém oferece a sua cruz, a cruz que é dele, para que seja nossa. Cristo oferece uma cruz vazia, justamente por ter sido aquele que venceu a morte, nos oferecendo esperança o suficiente para lhe seguir os mesmos passos. Pela admiração e beleza que isso provoca em nós, acrescida de lágrimas nos olhos, nosso interior se emudece e se prostra agradecido: ponto final: está ai o sentido contemporâneo de culto cristão.

Estritamente falando, não posso afirmar que haja seguidores de Cristo (coloco em dúvida a mim mesmo), mas sim, na prática, apenas homens muito agradecidos, que interpretam a grandiosidade desse ato, como um gesto desesperado (?) de um homem cuja missão foi aplacar a ira da divindade.

Estão equivocados, pois Deus ainda continua irado. Cristo se sacrifica por amor. Sendo assim, somente o amor pode gerar seguidores de Jesus Cristo. Até à morte. Porque Deus as vezes parece tão inflexível e indiferente diante das fraquezas e dos vícios dos homens? Por que Deus, diferente de nós, ainda acredita no amor. E de maneira radical. Somente a ausência de amor pode levar o criador a ira. Quem rejeita o amor de Cristo não pode escapar de ser julgado por ele. E condenado, pois rejeitar ser amado é condenar-se a si mesmo ao inferno.

Cristo nos convida à cruz. Cristo nos convida para estarmos lá, pendurado num madeiro no Gólgota e sentirmos toda a sua dor e humilhação. Toda a sua vergonha. E enquanto recusarmos o seu convite, todo o céu em suspiros, continuará a dizer para nós: "Que pena, a cruz está vazia".

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